Um dos aspectos mais preocupantes da pandemia e que tem motivado as intensas campanhas para conter a propagação é a letalidade do vírus. Desde os primeiros casos, pessoas do mundo têm sido obrigadas a lidar com a perda de entes queridos com grande frequência, inclusive as crianças.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que, até abril de 2021, 45 mil crianças brasileiras tenham perdido o pai ou a mãe para a doença.
Esse cenário despertou dúvidas sobre como falar para crianças que alguém morreu. E nós vamos ajudar você com essa questão, continue a leitura e saiba mais.
| A melhor forma de abordar a criança
Antes de saber como falar para a criança que alguém morreu, é importante saber os limites da compreensão sobre a morte conforme a idade.
Uma criança menor que 4 anos dificilmente vai entender que a partida do ente querido é definitiva, ou seja, que aquela pessoa não vai mais voltar. Essa noção aparece entre os 4 e 7 anos.
Após essa cidade, a criança já vivencia um processo de luto como qualquer adulto, pois, sua capacidade de compreensão sobre a finitude da vida é a mesma.
A psicóloga do acolhimento ao enlutado do Plano Angelus, Ana Teresa Barros Marzolla, pontua que a melhor forma de abordar a criança é com sinceridade e transparência.
“Da mesma forma que crianças aprendem as cores, números e palavras, podem aprender o que é a morte, se forem ensinados no devido tempo, compreendendo ser parte da vida de todos”, explica.
| Como falar para a criança que alguém morreu
Crianças não perderam apenas pais e responsáveis. O Brasil já ultrapassou a marca de 500 mil óbitos, o que inclui tios, tias, avôs, avós e outras pessoas próximas.
Ao falar de morte com os filhos ou outras crianças, deve-se evitar alguns verbos no passado, como “seu tio dormiu”, ou frases lúdicas do tipo “sua avó agora é uma estrela”.
As frases até podem ser usadas, desde que fique claro que essa pessoa não vai mais voltar. Do contrário, a criança pode esperar que a pessoa volte, pois, entende e interpreta diálogos no sentido literal.
| Quais reações devem ser esperadas
Após receber a notícia de um falecimento, as reações mais comuns em crianças são:
Apresentar alguns retrocessos no desenvolvimento, como, por exemplo, falar como bebês;
Medo do escuro ou de ficar sozinha;
Queda no rendimento escolar;
Interação social prejudicada;
Perda do interesse pelas coisas que gosta;
Perda do apetite.
As consequências costumam ser passageiras, mas caso se estenda ou se apresente de forma intensa, a família deve procurar ajuda especializada.
Ana Teresa ainda destaca que, independentemente de qual seja a reação da criança, o papel dos adultos é confortá-las com muito amor e carinho.
Tão importante quanto saber como falar que alguém morreu para as crianças, é respeitar o luto infantil. Lidar com a partida de um ente querido é difícil para as famílias como um todo e a ajuda de um psicólogo especialista em luto pode amenizar a dor.
O Plano Angelus oferece essa assistência aos seus associados. Conheça nosso trabalho.
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